
O resultado esperado não foi alcançado ao final do período estabelecido, não ocorreu à germinação das sementes. E esse problema pode está ligado tanto a estrutura química e física do solo quanto da fisiologia da semente.
No experimento desenvolvido ao se fazer os canteiros, percebemos que a textura do solo era bem compactado, isso prejudica o desenvolvimento das plantas e a absorção de nutrientes e até em relação a permeabilidade de água no solo, impedindo que a cultura se desenvolva, ainda mais a cultura escolhida, no caso do experimento foi o alface.Quando o solo é compactado, torna-se duro, difícil de ser penetrado pelas raízes, impedindo assim que as plantas se desenvolvam e que as raízes se aprofundem no solo em busca de água e nutrientes. (Filizola)
O fato do solo ser compactado interfere nas reações mais simples ás reações mais complexas que ocorre neste meio, inibindo a produção da cultivar e podendo trazer prejuízos tanto no investimento como no lucro, e também na produtividade. Para isso faz-se necessário fazer um manejo adequado do solo, quando se encontram nesse estado. Porque os poros que existem dentro do solo são comprimidos, deixando de existir ou tornando-se menores, isso impede que o ar e a água circulem livremente através do solo, em consequência é comum haver uma zona de maior umidade acima da camada compactada do solo. Esse excesso de água costuma provocar doenças nas raízes ou mesmo matar as plantas por asfixia. (Filizola)
Em relação a fisiologia da germinação das sementes desta espécie é bastante complexa e tem sido alvo de estudos por várias décadas. A germinação é dependente de vários fatores, como temperatura, água, oxigênio, luz, ausência de microrganismos, tipo de solo e profundidade de semeadura, dentre outros. A qualidade fisiológica das sementes é o primeiro aspecto a ser considerado para a obtenção de uma boa germinação.
Em muitos casos, a porcentagem de germinação indicada no rótulo da embalagem de um determinado lote de sementes representa o potencial de germinação do lote, e nem sempre irá corresponder à emergência a ser obtida pelo produtor em campo (semeadura direta) ou na casa de vegetação (produção de mudas). Isso acontece porque as sementes geralmente são analisadas em laboratório, ou seja, sob condições ótimas de germinação. Fatores adversos no campo poderão afetar a germinação, reduzindo a emergência.(Embrapa, 2002)
Em relação à qualidade da semente, podemos extinguir essa hipótese, já que foram desenvolvidos diversos experimentos na mesma área com lotes diferentes de sementes, e todos os experimentos obtiveram o mesmo resultado.
Água é um fator básico para a germinação das sementes. É essencial para a ativação enzimática e para todo o metabolismo durante a germinação, sendo necessário portanto um suprimento adequado durante a germinação e o estabelecimento das plântulas. As sementes de alface completam a germinação, isto é, emitem a radícula, quando as mesmas atingem cerca de 55% - 60% de umidade. Altos níveis de umidade no solo ou no substrato podem inibir a germinação devido à aeração insuficiente (ausência de oxigênio necessário à germinação). ( Embrapa, 2002)
A cultura da Alface se desenvolve bem em pH levemente ácido por volta de 5,5 a 6,7 o que retira a possibilidade da não ocorrência germinação ser devido ao teor de alcalinidade da água.
A maioria das espécies necessita de oxigênio para germinar, sendo o requerimento dependente da espécie e do grau de dormência das sementes. O requerimento do oxigênio é determinado pelo embrião, e os tecidos que o cobrem podem reduzir o suprimento deste gás. Sementes de alface requerem menos oxigênio para germinar quando comparada com sementes de grandes culturas. Entretanto, quando a concentração de oxigênio é reduzida drasticamente abaixo da concentração do ar, a germinação pode ser inibida. Deve-se, portanto, evitar irrigação excessiva e/ou solos (ou substratos) pesados ou mal drenados.(Embrapa, 2002)
A germinação de alguns genótipos de alface é controlada pela luz, embora a maioria das cultivares comerciais utilizadas atualmente não requeira luz para germinar. Sementes de genótipos fotossensíveis de alface apresentam um sistema funcional do fitocromo que são afetadas pela radiação luminosa a que são submetidas. Dependendo desta radiação luminosa, as sementes poderão germinar ou não. O fitocromo é um pigmento fotomorfogenético e fotoreversível que existe em duas formas: Pr, a forma absorvente de luz vermelha, e Pfr, a forma absorvente de luz vermelha-distante. As sementes de alface embebidas em água normalmente germinam quando são colocadas sob luz vermelha (660nm); entretanto, se colocadas sob condições de luz vermelha distante (730nm) ou no escuro, terão a germinação inibida. A dormência secundária em alface pode ser induzida mantendo as sementes embebidas por longos períodos no escuro. A intensidade de luz durante a germinação das sementes de alface, em condições de laboratório, deve ser próxima de 26 μmol m-2 s-1, proveniente de luz branca e fria (fluorescente). A transformação entre as duas formas do fitocromo é afetada pela temperatura. Assim, sementes colocadas para germinar em baixas temperaturas não requerem luz para germinar. Por outro lado, sementes embebidas sob altas temperaturas exigem luz vermelha para uma adequada germinação. A germinação dos genótipos fotosensíveis pode ser estimulada por meio de reguladores de crescimento. As giberelinas principalmente estão envolvidas neste processo, atuando como estimuladora da germinação. Um aspecto prático com relação à exigência de luz é a profundidade de plantio. As sementes de alface não devem ser semeadas muito profundamente, pois é necessário que a luz (ou os raios solares) alcance as sementes satisfazendo assim nas exigências de luminosidade.(Embrapa,2002)
Porém é outro fator que não podemos lançar como causa da não ocorrência da germinação, pois as sementes estiveram expostas diretamente a luz durante todo o período.
A germinação de sementes de alface é bastante dependente da temperatura. A temperatura ótima para a germinação é em torno de 20 °C, e a maioria das cultivares deixa de germinar em 6 Germinação de Sementes de Alface temperaturas superiores a 30 °C.
A temperatura máxima e crítica para a germinação das sementes de alface dependem do genótipo. Algumas cultivares de alface pode germinar em temperaturas variando de 5 a 33°C. Em geral, temperaturas acima de 30 °C afetam a germinação das sementes, decrescendo a velocidade ou a porcentagem de germinação. Assim, dependendo do local e da época de semeadura, a germinação das sementes pode ser errática ou nula, comprometendo a população de plantas da cultura no campo.(Embrapa,2002)
Principalmente no verão e em regiões de temperaturas mais elevadas, alguns problemas ainda persistem junto aos agricultores brasileiros, o que continua demandando o desenvolvimento de tecnologias para atender às suas necessidades, quais sejam alcançar melhor desempenho em produtividade e qualidade a partir das cultivares atualmente disponíveis, bem como de geração de novas cultivares mais bem adaptadas.(Gomes)
Dessa Forma encontramos um fator que pode ser considerado como uma das causas da não ocorrência da germinação, pois a época da semeadura coincidiu, com a estação de temperaturas elevadas da região.
Uma das alternativas viáveis para a produção de alface em estação de altas temperaturas em curto prazo é o plantio de sementeiras no final da tarde, quando as temperaturas são mais amenas, na tentativa de diminuir a probabilidade de ocorrência de dormência nas sementes .Uma outra alternativa, já para longo prazo ,é o plantio de sementeiras em viveiros, onde se tem um ambiente mais fresco e diminuem a possibilidade das sementes se tornarem dormentes em função de temperaturas mais elevadas do que as faixas ideal recomendada ,aumentando das taxas de germinação.
Outro metódo no caso da alface, em condições de temperatura elevada, cultivo protegido permite a utilização de práticas que podem minimizar a ação do calor diretamente sobre as plantas. Segundo Filgueira (2007), a utilização de ambiente protegido constitui-se em uma alternativa viável para reduzir possíveis prejuízos econômicos do produtor e melhorar a qualidade do produto, na medida em que proporciona um microclima favorável para o desenvolvimento da cultura (Gomes)
Observando outros experimentos com hortaliças folhosas, a exemplo do hortelã e da cebolinha , pode se observar que houve sucesso no seu desenvolvimento, uma vez que para a execução do experimento não foram utilizados sementes como no caso do experimento com alface, e sim mudas de plantios anteriores, isso mostra que possivelmente, essas cultivares são resistentes em altas temperaturas ou já sofreram alterações genéticas criando resistências adaptativas de altas temperaturas na área da Equipe de Estudos e Educação Ambiental ( EEA) no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana. E se o solo deste local for bem manejado , e for descompactado pode aumentar as chances do desenvolvimento e da produtividade de alface, já que, esta cultura é sensível e precisa de alguns métodos para se desenvolver em locais com alta temperatura e o solo precisa ser de textura média, com aspecto fofo, de baixa acidez e elevado teor de matéria orgânica.

Análise de Solo da área experimental da Equipe de Estudos e Educação Ambiental ( EEA)
Material Complementar